Feliz ano novo é o cacete!

Eu sou uma pessoa avessa a certas comemorações. Ano novo é uma delas. Pra que comemorar esta porcaria de data se a gente sabe que tudo que vai prometer pro ano que vem não vai cumprir? E essa babaquice de pular onda, vestir branco, não comer frango porque cisca pra trás? Que coisa ridícula! Crendice sem sentido. Conheço gente que na meia noite come lentilha e fica em pé na cadeira porque diz que isso dá sorte. Ah, tenha dó. Todo ano a pessoa faz isso, paga esse mico onde quer que esteja e nunca sai da mesma vidinha medíocre de sempre! E a fortuna gasta com fogos!? Aquela barulheira infernal que faz mal pros nossos ouvidos! Nunca pararam pra pensar o quanto isso incomoda pessoas que estão nos hospitais, em casa doentes? Nas crianças que estão dormindo, nos velhinhos que precisam descansar, nos animais que se assustam? Imagina um bichinho lá na sua floresta na sua casinha, tarde da noite, já dormindo com seus filhotes. De repente começa aquele monte de luzes e barulhos que ele não sabe de onde vem. Imagina se isso fosse com você? Você gostaria? Tenho certeza que não. Pra mim, ano novo e essa comemoração idiota não serve pra nada e por tanto não estou no clima. Ano novo é uma data maravilhosa pra se fazer um retiro. Espiritual, social, intelectual.... Se eu pudesse ia pro Tibete. Ou pra Groenlândia (pelo menos estaria livre desse calor horrendo de verão carioca).

Nada é mais nojento que aquele monte de gente aglomerada naquela praia de Copacabana, IMUNDA. Todos jogando copos de plástico, embalagens, garrafas de Sidra Cereser e rolhas na areia, poluindo a já destruída Baía de Guanabara. E as velas? As "oferendas"? Nada contra as pessoas que tem religião, mas convenhamos, aquilo é a maior sujeira! Aquele monte de coisas jogada no mar vai pro fundo da areia e polui tudo mais ainda! Não sou uma eco-chata, eu acho que apenas tenho consciência. Uma coisa que aprendi desde criança: as primeiras semanas depois do dia primeiro de janeiro na praia são impraticáveis. A areia e a água estão cheia de restos das comemorações das pessoas que esperam ter um ano melhor, mas não se preocupam nem com o agora. Louvados sejam os garis, aquelas santas pessoas que trabalham de sol a sol pra limpar a cagada que esse monte de inconsciente faz e larga lá...

Sinceramente, quando chega dezembro minha única vontade é dormir! Se eu tivesse um controle remoto com tecla FF, certamente eu usaria todo fim de ano. Eu detesto hipocrisia e não há época mais propensa a isso que agora. Já vi muita coisa nesses meus quase 27 anos de vida que me fizeram desistir desse tipo de coisa. Gente que me chamava de tudo que que era nome no meio do ano e que no fim do ano queria vir me abraçar. Gente que na meia noite estava fazendo altas declarações de amor pro companheiro e que no dia 2 foi pego colocando-lhe um chifre. Gente que ia pra igreja todo Natal mas que na primeira semana de janeiro já estava amaldiçoando os próprios filhos. Gente que pulava onda pra ter sorte e na hora de ajudar o próprio filho era a primeira a correr. Gente que não come frango no ano novo, mas que logo depois da virada já está falando mal de todo mundo.

Sinceramente, eu não gosto, não tenho paciência e acho que nunca mais vou ter.

É, esse deve ter sido o post mais triste de todo o meu blog, o mais carregado, mas eu posso fazer o que se eu sou assim? Estou fora do twitter, trancada em casa, mal vejo TV porque fim de ano não me deprime. Me revolta. Saco cheio de Simone e Roberto Carlos e daquele Show da Virada gravado há mais de dois meses com aquela cambada vestida de branco como uma manada de imbecis.

Nada contra as pessoas que se vestem de mãe de santo e vão encher a cara de Sidra na meia noite, só me façam o favor de não me convidarem porque desse tipo de coisa eu não compartilho nunca mais.

Boa ressaca, bom engarrafamento, boa hipocrisia, bastante tira manchas de roupa branca e muita esperança pra quem está comemorando. Feliz Ano Novo.

E pra quem está igual a mim, conto com seu apoio pra esta semana passar correndo e pra gente voltar a ter uma vida normal semana que vem. Até lá.